Serviço, Proteção, Responsabilidade e Alegria

Muitas pessoas podem se assustar ao saberem que Responsabilidade e Serviço abnegado sejam fórmulas para o portal da Alegria e Proteção ininterruptos. Tantos seres iludidos pelo mundo fenomênico transitório acreditam que alegria seja sinônimo de vida fácil ou falta de compromissos. Contudo, devo afirmar que o Ser mais feliz de todos, pleno de Alegria Divina permanente, é justamente Aquele que tutela a governança espiritual do nosso Orbe e é portanto o Ser que possui mais responsabilidades, mais do que qualquer outro, responsabilidades e trabalhos dos mais variados e inimagináveis para nossas concepções.

Tal verdade corrobora com o ensinamento Iniciático dado por Jesus a um de seus discípulos, quando disse que o Maior no Reino dos Céus é Aquele que mais serve e, que para se crescer em Espírito se deve Servir. 

No Budismo também sabe-se que os maiores Seres, são Aqueles que renunciam ao Nirvana para permanecerem ajudando a Humanidade sofredora e imputam sobre si grandes responsabilidades e sentem em si grandes êxtases de Alegria na Joia de Servir de forma desinteressada, o que não Os isenta de grandes e insuspeitados Sacrifícios. 

Maior o ímpeto de servir realizado de forma desapegada, com esquecimento do eu pequeno, em prol da Hierarquia de Luz na Terra, e maior a Alegria que se alcança em nosso interior. 

Não há real Alegria onde existe unicamente a presença do eu voltado para si mesmo e para os seus problemas, a descentralização é ferramenta evolutiva que traz joia e graça internas. 

Outro fator que devemos ressaltar é que o Serviço ou vontade de Servir de Coração, cheios de Doação prática de ajudar a Luz na Terra, escuda-se de uma Proteção tal que mal algum pode penetrar, ele se torna imediatamente imune a qualquer treva, porque a treva é o oposto do Serviço para a Humanidade e é o contrário do esquecimento de si mesmo, a treva é o pensar em si sempre, em benefício próprio.

Logo, busquemos, todos os dias desde o momento em que abrimos os olhos, Servir a Divindade, a Hierarquia de Luz, com sinceridade, integralmente, espiritual e fisicamente, e instantaneamente receberemos um influxo energético que nos vitalizará, escudará contra pensamentos perniciosos e trará Alegria imediata. 

Devemos todos os dias reiterarmo-nos na Luz e fazermos esta entrega de Serviço ao Supremo Arquiteto. 

Que a Gratidão por podermos Servir nos permeie a lembrança, já que temos o privilégio de evoluirmos por meio da Alegria que o Serviço real e desinteressado proporciona.

Com Amor,

Sri Satyananda

Aspiração

Nós caminhamos no meio de vós. Nosso Coração é uma tocha viva, enquanto vos observamos.  Já fomos como vós, nos vemos em vós. As mesmas frases, os mesmos comportamentos.  Logo o que nos diferencia da humanidade que dorme? O que nos fez acordar do sono da morte?

Desde que nasce, o ser humano respira, é da sua natureza. Ele somente recebe um tapinha para ajudar no processo. A Aspiração é algo também natural no ser humano. Ao menos deveria ser.

Enquanto passamos invisíveis no meio de vós, quem nos enxerga, quem nos busca? Ninguém. Não vemos  Aspiração, e isso nos diferencia. A busca infrene pelo Divino em escala sempre maior. 

Estamos aqui para vos inspirar, somos fogos vivos de busca infinita. Aspirai e Acordai, pois estamos no meio de vós.

Desapropriação

Dia 06/02/2013 se iníciou o período do Grande Serviço. A Grandeza consiste em que não basta servir como obrigação, mas devemos servir com sentimento de Doação e Alegria. No dia a dia vemos muitas pessoas trabalhando e servindo afanosamente e mesmo assim continuam egoístas interiormente.Nos tempos atuais até mesmo a filantropia se tornou ferramenta política, mas à Lei da Evolução ninguém engana. Sem um Coração verdadeiramente altruísta e um Serviço nobre  e desinteressado ninguém evolui.

Estejamos atentos pois a época da instrução e da erudição dá agora lugar a Praticidade e ao Serviço. O Serviço Evolucional, ou seja, aquele que serve para a evolução deve ser feito não somente onde pensamos estar Deus. As pessoas tem o mal vezo de irem à instituição religiosa e fazerem alguma tarefa “caritativa” com o intuito de evoluírem, mas quando chegam em casa descumprem as obrigações mais evidentes, sobrecarregando muitas vezes, um parente querido por se acharem exoneradas de determinadas tarefas. Uma notícia ruim para tais praticantes: “o serviço é ilimitado” conforme já me elucidou Sri Kumara Avatar, em inúmeras ocasiões. Devemos servir sempre, em todos os lugares, de todas as formas e com Alegria.

Se a pessoa deseja servir e evoluir, ela deve vencer os desafios e encarar aquilo que a incomoda e as convenções sociais.  Homens existem que não exercem determinadas tarefas por acreditarem não ser trabalho de incumbência masculina, olvidando que a polaridade masculina ou feminina está arraigada no espírito e não na função externa. São desculpas que a pessoa vai utilizando para se esquivar na preguiça, no mesmismo e no convencionalismo. Mas preguiça, mesmismo e convecionalismo não combinam com Evolução.

Evolução quer dizer desafio, crescimento, conscientização, percepção da vida, abrangência. Como podemos entender a Vida se fugimos de determinados aspectos que ela nos oferece? Cito um exemplo para ficar mais claro: a pessoa está desempregada e a aborrece profundamente ter que acordar cedo,  e a Vida apresenta um trabalho no qual ela deve acordar as 04:00 da manhã todos os dias. A pessoa tem 3 opções: 1ª ela rejeita e estagna sua personalidade naquele aspecto, levando para a posteridade um desafio que ela podia ter vencido hoje; 2ª ela aceita mas resmunga o tempo todo, criando para si uma atmosfera deletéria de miasmas astrais e mentais que em um futuro breve ou longo trarão consequências negativas para sua vida; 3ª ela aceita e se esforça por superar a questão sabendo que nada é para sempre e que aquele é somente um desafio ao largo de muitos outros que virão. Ela faz um trabalho mental e emocional e tenta valorizar aquela experiência agradecendo a Vida a oportunidade. Cito aqui este exemplo, mas ele vale para todo os desafios da Vida. Agora a conquista a qual leva este esforço é que é o mais interessante e que eu chamo de Desapropriação.

A Desapropriação é um processo de  descentralição do nosso eu pequeno rumo ao Todo. Todo processo de descentralização é um caminho para a desapropriação. Quando a pessoa se torna pai ou mãe a grande satisfação reside nisto, em sair de si, esquecer de si e pelo Serviço e Doação se sentir parte também de uma outra vida no universo. A Vida nos oferece todos os dias oportunidades para sairmos do nosso comodismo e das nossas necessidades egocêntricas e ir de encontro a outras necessidades e nos sentirmos mais parte do TODO. Quando no trabalho, laboramos com Amor e Dedicação estamos nos desapropriando, já que estamos saindo das nossas exigências para ajudar as necessidades coletivas, que são manifestações do TODO universal, e assim evoluímos.

O ponto culminante da desapropriação é o Nirvana. É quando o eu não existe mais, todos os desafios do separativismo foram vencidos e a pessoa sente-se Um com o Todo. Ela se dilui no todo Universal, ela foi completamente desapropriada. É o chamado Panteísmo, tão mal entendido pelas religiões,  a percepção da dissolução da gota no Oceano, ou o sentir-se despedarçar-se junto a Matéria,  o perceber que Tudo e todos são um e por isso a existência da lei de Ação e Reação.  

Paz e Verdade para todos!

A Ciência da Paz

A Paciência é uma das Virtudes de mais difícil expressão. Quantas vezes ouvimos alguém exclamar com cara de aborrecimento que tem que ter muita Paciência para aturar outra pessoa e ou situação.

Quando aturamos não estamos expressando a Paciência, mas estamos buscando a Ela. A Virtude quando emana e flui não é nunca sofrida, mas sempre benévola. Quando a verdadeira Paciência se expressa não se sente nenhuma contrariedade. Parece naquele momento que o tempo se estende ao Infinito e um mar de tolerância invade o Ser.

Para se vivenciar a Paciência, como tudo, demanda tempo. O próprio nome diz, é a Ciência da Paz e como ciência necessita de esforço, busca e pratica com a formula certa, que são: a Resignação, Coragem e Confiança na Divindade. E quando  isso é feito paulatinamente chega a Paz em nosso interior.

Desde as menores intempéries do dia a dia, as grandes dificuldades cármicas que passa a Humanidade, a Paciência é trabalhada. Quantas provas de Paciência passam as pessoas, mas elas vêem somente a busca desenfreada por justiça com as próprias mãos. Quantas dificuldades de resgates cármicos dolorosos que pedem unicamente Resignação, Paciência e Coragem, mas as pessoas somente veem injustiça, se sentido vitimas da Criação. A pessoa clama por resgatar os débitos e ou adquirir mais consciência, mas quando a situação se apresenta ela blasfema e retrograda nos compromissos...

Claro que as pessoas que vencem determinadas provas de Paciência, também, não deixam de ter dificuldades no seu dia a dia. Os obstáculos virão e elas lidarão com eles com todo o seu empenho mais nobre, mas apesar da tempestade externa elas permanecerão em calma interior. E mais provas de Paciência elas vencerem maiores serão as próximas provas, e mais Paz alcançarão quando supera-las, pois mais Confiantes e conectadas estarão a Providência Divina.

Viver em Paz é uma Ciência de busca, esforço próprio, Coragem, Resignação e Confiança na Divindade. É um empenho que devemos levar conosco a cada instante, em cada situação, sabendo que o resultado é de uma Beleza interior inimaginável.

Bijam!

Gratidão e Insatisfação

Quando digo que uma constante insatisfação acompanha diariamente um Iogue isso não significa ausência de Gratidão. O Iogue é um eterno insatisfeito porque busca se aperfeiçoar a cada dia, a cada momento.

Já o ingrato não almeja nada senão a auto-promoção. Tudo é motivo de escárnio, pois não consegue enxergar o Belo da Vida e nem seus desafios que servem para o crescimento interno e não somente externo. O ingrato se sente separado da Creação, do todo Universal e por isso ele morre um pouco mais a cada dia. Já o insatisfeito espiritual busca se superar constantemente e por isso cresce a cada dia.

Ser insatisfeito consigo mesmo é não se contentar com o que já se conquistou até agora, é querer ter mais Amor, Paciência, Compaixão, Paz, Humildade... É sentir-se parte do Todo em um constante caminhar, evoluindo ininterruptamente e aspirando por abranger mais e ser mais Luz.

O ingrato acredita que deve receber mais do que recebe da Vida. Por sua vez o insatisfeito espiritual quer doar mais, que ser mais Verdade, mais Doação, quer ser mais pleno e verdadeiro. Ele diz “Isso não me basta, quero Amar mais, quero me Plenificar mais, quero Ser mais, quero Servir mais e melhor.”

Penso em um escolástico que agradece tudo aquilo que tem recebido de seus professores  e que fascinado pelo aprendizado deseja mais.  Isso é ser Grato e insatisfeito.

Ser fascinado pela Beleza da Creação nos leva a querer Vive-la mais a fundo, sempre mais. O Iogue é um eterno deslumbrado e agradecido pela Vida e por isso busca maior Significação e Verdade.

O Caminho

Meu Coração pulsa Amor Vivo.

Minha cabeça arde o Fogo de Deus.

Oh! Língua da Verdade, beatifica a Humanidade

Resplandece o Reino Real no palácio das ilusões,

pois já não existe outro Caminho,

não existe outra meta, senão

o Supremo Sacrifício rumo a Unificação.

OM TAT SAT

Anelemos o Futuro

Em determinadas vezes sente-se uma crise, como a cair na água e no fogo continuadas vezes. Nestas horas o esforço é requerido e uma maior disciplina é indispensável.
Vê-se a personalidade agindo onde antes não se via. Uma movimentação de forças é pedida onde antes não era necessária. 

Agora é tempo de batalha, o tempo deve ser devidamente e integralmente utilizado para a construção do Templo. 

O que era normal ontem, hoje é o inaceitável. O que era o belo ontem, hoje é o passado. 

Olhos no futuro e esforço contínuo. Agora é o momento.

Que o dínamo da Vontade seja posto em moto.Que as distrações mundanas sejam deixadas de lado, que o foco seja completo.
O que era já não deve mais ser. A busca pela Essência deve ser ardorosa e efetiva desde já.
Que o empenho seja completo e a Vontade soberana.

Anelemos o futuro.